quarta-feira, 8 de junho de 2011

Capital organizacional: chassis do conhecimento

O que é e o que faz
O capital organizacional refere-se, basicamente, a um grupo de ativos intangíveis que norteiam as relações de uma determinada empresa com seus stakeholders. Esses ativos possuem grande impacto nos processos e na própria arquitetura das empresas. Podemos dizer que compõem os chamados chassis corporativos e definem tanto o modelo de negócios como a dinâmica de integração com os demais agentes da cadeia de valor da empresa.
O foco do capital organizacional é incrementar a vantagem competitiva da empresa por meio de:
- Melhoria de processos, sistemas, fluxos e rotinas (geração de valor incremental via ganhos de eficiência);
- Melhoria das (infra)estruturas alinhadas aos objetivos e ecossistemas de operações da empresa;
- Geração sistêmica de diferenciações e inovações (geração de valor de ruptura), maximizando a utilização dos conhecimentos dissipados na organização e/ou absorvendo conhecimento de fora da organização.
Por que é importante?
Alcançar uma relação sinérgica entre o conhecimento e o modelo de trabalho e produção da empresa é um meio de alavancar os demais ativos associados à produção, além de potencializar a capacidade de multiplicação das vantagens sustentadas pelo modelo produtivo/operacional da companhia.
Dentro dessa realidade, deve-se tratar o conhecimento advindo da experiência produtiva-operacional como agente agregador de valor, que alavanca a capacidade de resposta da empresa (e de seus colaboradores) às solicitações do mercado.
A capacidade de identificar, gerenciar e “empacotar” o conhecimento tácito e geralmente difuso e inexplorado dentro das organizações, a fim de torná-lo explícito e pronto para o uso, torna-se cada vez mais estratégico para o sucesso do planejamento organizacional. Isso se dá pelo fato de o conhecimento ser uma fonte abundante, relativamente barata de incremento do valor e de ganhos de competitividade.
Além disso, esse processo de maturidade na gestão do conhecimento propicia a melhora contínua dos processos corporativos, refinando, a cada ciclo, a qualidade dos outputs de cada processo.
Relação com a estratégia
A utilização do capital organizacional passa a ser um grande diferencial na vantagem competitiva das organizações. Todavia, como qualquer outro conjunto de ativos, o conhecimento só é eficaz se for utilizado em uma estratégia capaz de alavancá-lo, focando-o nas possibilidades reais, nas condicionantes do mercado e nas necessidades dos stakeholders impactados, principalmente clientes e colaboradores. O conhecimento organizacional sem meta pré-estabelecida se torna disperso e pouco aproveitável.
Internamente, o sucesso da gestão do capital organizacional depende da revisão das relações entre os diversos atores da organização. As novas relações colaborativas não podem mais se basear em puros acordos de execução das atividades programadas no ciclo produtivo e no job description.
As novas estratégias e modelos de interação devem focar o fator humano e seu produto direto (conhecimento) como os principais componentes na formação do arcabouço de valor agregado às atividades da corporação, do produto à gestão.Nessa formação, a aprendizagem mútua e contínua é parte preponderante da mecânica, recriando as condições de eficiência e competitividade que o ambiente demanda para se manter e evoluir.
Para tanto, o relacionamento qualificado e construtivo tem de assumir novos contornos e parâmetros, uma vez que o sucesso desse modelo depende da capacidade da alta gestão de agir como catalisador da transformação da organização em um organismo com capacidade de evolução em um ambiente externo em constante mutação.
Fonte: Daniel Domeneghetti - Portal HSM

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