Depende da situação. Um bom líder deve ser flexível e quem assume
melhor esse papel são as mulheres, mostra pesquisa do Hay Group
Por
Karla Spotorno
Muitos executivos
questionam qual é a melhor maneira de dirigir suas equipes. Delegando
responsabilidades ou por meio de ordens? De forma afetiva ou
democrática? Nem um nem outro, aponta uma pesquisa recente da
consultoria Hay Group. O ideal é adotar vários estilos de liderança e
aplicar o mais apropriado a cada circunstância. Assim agem os líderes de
maior sucesso, segundo o estudo. “Diferentes situações, equipes e
pessoas reagem melhor a um ou outro tipo de abordagem”, afirma Caroline
Marcon, gerente do Hay Group Insight, o braço de pesquisas da
consultoria especializada em Recursos Humanos.
Trocar um
estilo por outro exige flexibilidade e, principalmente,
autoconhecimento. O líder precisa acrescentar ao seu repertório as
formas de atuar que não são naturais ao seu jeito de ser. A pesquisa
mostrou que executivas de sucesso lideram de maneiras diferentes com
maior frequência do que os homens bem-sucedidos. Claudia Goulart,
presidente da General Electric Healthcare para a América Latina, conta
que atua, em muitas situações, segundo o estilo coercitivo (veja o
quadro ao lado). “Em equipes multidisciplinares e geograficamente
distantes, como a minha, não é eficaz liderar democraticamente”, afirma
Claudia, 47 anos.
Para Flávia Leão, consultora do Hay
Group, o executivo precisa considerar três questões ao definir como vai
dirigir sua equipe. A primeira é a complexidade da situação. A segunda, a
maturidade da equipe. E a terceira, a urgência da solução. Há sete anos
na presidência da fabricante de camisas catarinense Dudalina, Sonia
Hess de Souza, 54 anos, passou a acumular recentemente a diretoria de
operações da empresa. Essa posição tem exigido que assuma um estilo
treinador. “Tenho ajudado os executivos e líderes a buscarem soluções
cada vez mais simples. É o que a empresa precisa agora”, diz Sonia.
Em
uma pesquisa encomendada ao Hay Group pelo Lidem, grupo de mulheres
líderes empresariais presidido por Sonia, descobriu-se que a executiva
brasileira é flexível para intercalar os estilos e atua mais
frequentemente em três deles: o democrático, o afetivo e o coercitivo.
Marise Barroso, diretora-geral da Amanco Brasil, conta que a maneira
democrática prepondera na sua companhia. “Planos e até demissões são
decididos conjuntamente pela diretoria”, afirma Marise, 46 anos, que
assumiu a direção-geral da fabricante de tubos e conexões no Brasil
depois de ser eleita pelos diretores da empresa.
Uma das
principais conclusões do estudo do Lidem com 40 executivas e seus 225
funcionários mostra que a brasileira precisa fortalecer, principalmente,
os estilos dirigente e treinador. Conquistar a excelência em diferentes
formas de liderar é tão importante quanto o desempenho individual,
mostra o estudo do Hay Group. E mais: uma liderança eficiente pode
afetar em até 70% o clima e o ambiente de trabalho e, consequentemente, o
desempenho das equipes.
Fonte: http://epocanegocios.globo.com